domingo, 27 de setembro de 2009

"I'm not Okay (I Promise)"


Lisboa, 31 de Março de 2009.
Sentei-me em frente ao computador e passei a mão direita ao de leve sobre o teclado.
Ele estava pronto para escrever, mas eu não. Para variar eu queria escrever, mas não tinha ideais. Decidi ouvir um pouco de música para relaxar.
De repente ouvi um estrondo. Fui ver o que era, era o espelho que estava ao lado das colunas. O espelho estava partido em mil pedaços, olhei para o meu reflexo, e por mais incrível que pareça, em cada pedaço de espelho via uma imagem diferente.
A minha vida era estranha, era como se eu fosse a rocha e a vida fosse o mar, e a medida que a água do mar batia em mim, eu desgastava-me mais, até desaparecer.
Decidi ir dar uma daqueles passeios em que a única coisa que sabemos é que temos que ir sempre em frente, não interessa onde vai dar o caminho que percorremos.
Estava a andar rápido, andava tão rápido que nem reparava no que se estava a passar a minha volta, pensava como seria tão bom ouvir o som do violino tocado por mim, infelizmente eu já não tinha aulas de violino. Pergunto-me porquê, e a resposta é certa e sabida…
“Porque a vida assim o quis”.
Estava cansado, sentei-me num banco por baixo de uma árvore. De repente senti uma mão no meu braço. Fiquei admirado por não conhecer a rapariga que me tinha tocado, talvez só quisesse saber as horas, pensei imensas coisas enquanto ela olhava para mim, sem dizer nada. Quando decidi dizer qualquer coisa, ela não me deu tempo e disse:
-“ Talvez vivas na mentira, é bem possível. Mas não será mentira, acreditar que o próximo dia poderá ser melhor”.
Sem saber o que dizer, levantei-me. A rapariga sorriu, pegou na minha mão e caminhou comigo, por aquele trilho sem rumo.
Sentamo-nos no baloiço, conversámos e a minha vida mudou, agora eu tinha alguém, alguém que apesar de não me conhecer, sabia mais de mim do que qualquer outra pessoa.
Afinal era apenas um sonho, eu não tinha ido dar uma volta, eu estava apenas a sonhar, aquela rapariga não existia. Aquela frase que a rapariga me disse no sonho, ecoava na minha cabeça.
Olhei para as horas, era tempo de ir para a escola. Aquela escola não se parecia comigo, nem os meus colegas, nem nada.
Num beco da minha escola, decidi que a minha vida ia acabar naquele momento, mas depois lembrei-me que a rapariga me tinha dito, que o próximo dia poderia ser melhor.
Senti o sangue a correr novamente nas minhas veias, levantei a cabeça e segui em frente, percebi finalmente que quando a vida nos deixa só, está apenas a tentar provar que somos capazes de fazer o que quisermos sozinhos.
Ao longe vi um rosto conhecido, era o da rapariga do sonho, ela existia e daquela vez eu sabia que não era um sonho, era pura verdade. Ela pegou na minha mão e fomos juntos para o baloiço.
Eu consegui não acabar com a minha vida, acreditei no próximo dia.

3 comentários:

  1. I can't describe how much I love this story. E really really enjoyed! :')
    Obrigada, a sério, adorei. *-*

    Adoro-te bff. <3 :D

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  2. BTW, guardei o texto no meu PC. :'D

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  3. Ah, esqueci-me de dizer que:
    - Nenhum dia é igual ao outro, e tudo acontece por uma razão, e é nisso que gosto de acreditar. (:

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