quarta-feira, 9 de setembro de 2009

"Love is Dead"


Ele corria por baixo daquela chuva típica de cidade. Corria, corria, corria como se o chão que estava traz de si se quebrasse cada vez que dava mais um passo.
Tinha que correr o mais que podia, era como se fosse um naufrago, tinha que lutar pela sua sobrevivência.
Caiu de joelhos numa poça, abriu os olhos e viu uma folha de papel amachucada.
Desdobrou a folha com muito cuidado e leu:


Desde que sou um lágrima no teu oceano de escolhas, o dia está chuvoso e cinzento, apenas a reflectir aquilo que sinto por dentro.
Para quê voltar a acreditar se o fim é sempre igual?
Porque é que amo uma pessoa que me faz sentir mal?
Não sei do que estou à espera, não sei o que se espera depois do fim...
Será que devo continuar a amar-te? Ou talvez odiar-te?
É assim tão indiferente veres alguém sofrer?
Se é para isto, então prefiro MORRER !
Ele sabia bem o que sentia a pessoa que tinha escrito aquilo, sentia-se exactamente igual, estava desamparado, muitas perguntas, e respostas... nem vê-las!
Sentou-se mesmo ali, no canto da rua, por baixo da chuva e começou a lembrar-se...
Era verão...
Filipe (ele), fora dar um passeio. Não acontecia nada, nada de especial apesar disso não ser assim tão mau, mas mesmo assim ele queria que acontessece algo, algo inesquecível.
Ligou o Mp4, sentou-se e fechou os olhos. Ficou assim por uns momentos, até que sentiu um presença, era outro rapaz, talvez um pouco mais velho que ele. O rapaz sorriu e o Filipe retribuiu o sorriso gentilmente.
O rapaz desapareceu como por magia, deixando no ar uma brisa leve com cheiro a água salgada.
O Filipe já não conseguia estar ali, estava com demasiada euforia, e não sabia porquê!
Decidiu ir comer um gelado.
Talvez por coincidência ou não, visto que há quem diga que “nada acontece por acaso”, o Filipe e o tal rapaz voltaram a encontrar-se.
Conversaram , o Filipe ficou então a saber que o rapaz se chamava Diogo. Apesar da conversa não ter sido muito longa, foi o suficiente para se tornarem numa espécie de “amigos”. Houve alguma química entre os dois rapazes. Despediram-se e cada um seguiu o seu caminho.
Mais tarde quando o Filipe se dirigia para a estação de comboios encontrou-se com o Diogo e pensou durante alguns minutos que pareciam horas...
Bem, tantas coincidências no mesmo dia, será que Deus assim o quis?
Devo pedir o e-mail ou o nº de telemóvel ao Diogo?
Mas a timidez do Filipe falou mais alto, fingiu que não viu o Diogo e arrependido, por não ter pedido o contacto ao rapaz, Filipe foi em direcção ao comboio, quando ouviu uma voz meio roca e ao mesmo tempo doce gritar o seu nome:
-Filipe!- Exclamou o Diogo.
O Filipe sem perder mais tempo voltou-se e foi a correr ter com Diogo.
- Diz, mas rápido, é que tenho de apanhar o comboio. – Disse sorrindo.
- Ok, dás-me o teu e-mail?
- Claro. – Respondeu Filipe.
***
Mais tarde quando Filipe chegou a casa, estava ainda mais eufórico. Começou a falar logo com o Diogo.
Cada dia que passava, tornava o Filipe e o Diogo mais próximos, mais íntimos.
Os dois rapazes saiam juntos, iam a todos os sítios possíveis juntos, e o amor deles crescia. O Diogo amava mesmo muito, muito, muito o Filipe. O Filipe também gostava do Diogo, só que não tinha a certeza se o Diogo gostava de si.
O Diogo decidiu arriscar, mas Filipe tinha medo de voltar a sofrer como tinha sofrido em relações anteriores, para não se fazer fácil, deu a entender que gostava de outra pessoa, e assim quando tivesse a certeza que o Diogo era o amor da sua vida contar-lhe-ia.
Apesar de ter pensado muito no assunto, o plano de Filipe não correu bem.
Um ataque de ciumes invadiu o Diogo e passou a odiar o Filipe. Filipe não sabia o que fazer, contar-lhe a verdade, tentar esquecê-lo? O quê?
Era uma situação muito confusa...
O Filipe sentou-se no seu quarto e começou a escrever:
Cabelo encaracolado, sempre engraçado
Um sorriso maravilhoso, uma gargalhada contagiante e inesquecivel
Mas agora, sempre que me lembro dessa gargalhada só me apetece chorar!
O teu geito de ser era (é) perfeito, mas não para mim!
Odeio o facto de isto estar a acontecer, mas na vida alguém tem que perder,
E para variar, esse alguém sou eu!
Acabei de perder a coisa mais importante da minha vida...
A tua amizade, mas o mais difícil é não perceber porquê.
Podes ao menos Perdoar-me?
Amo-te...
Quando o Diogo viu o texto, ficou indignado porque o Filipe continuava sem perceber o “Porquê”.
O Filipe estava triste, porque apesar de tudo o Diogo não o conseguia perdoar, sentia-se como se fosse uma escolha.
Embora estivesse a chover o Filipe decidiu ir dar uma volta...
Ele corria por baixo daquela chuva típica de cidade. Corria, corria, corria como se o chão que estava traz de si se quebra-sse cada vez que dava mais um passo.
Tinha que correr o mais que podia, era como se fosse um naufrago, tinha que lutar pela sua sobrevivência.
Caiu de joelhos numa poça, abriu os olhos e viu uma folha de papel amachucada.
Desdobrou a folha com muito cuidado e leu:
Desde que sou um lágrima no teu oceano de escolhas, o dia está chuvoso e cinzento, apenas a reflectir aquilo que sinto por dentro.
Para quê voltar a acreditar se o fim é sempre igual?
Porque é que amo uma pessoa que me faz sentir mal?
Não sei do que estou à espera, não sei o que se espera depois do fim...
Será que devo continuar a amar-te? Ou talvez odiar-te?
É assim tão indiferente veres alguém sofrer?
Se é para isto, então prefiro MORRER !
E foi isso que aconteceu, no dia 18 de Agosto de 2009, o Filipe preferiu MORRER!

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